A dor de hoje
Nem falo dos que foram diretamente atingidos e possuem marcas visíveis. Mas de todos os outros, os que vieram depois. Como eu. Quem nasceu pós golpe de 64 já veio ao mundo com uma ferida por dentro, pronta pra doer a cada estímulo, a cada história sobre a ditadura militar.
Os anos de chumbo são só um exemplo, são tantas cicatrizes que somos remendo. Nas veias de um povo corre o sangue jorrado por seus antecessores. São marcas feitas pra doer, pra ninguém esquecer. Procure um médico quem nunca sentiu pulsar esse tipo de dor. A dor da escravidão, a dor da tortura, a dor de cada massacre e de cada horror.
* Depois de ver o filme Hoje, de Tata Amaral, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Os anos de chumbo são só um exemplo, são tantas cicatrizes que somos remendo. Nas veias de um povo corre o sangue jorrado por seus antecessores. São marcas feitas pra doer, pra ninguém esquecer. Procure um médico quem nunca sentiu pulsar esse tipo de dor. A dor da escravidão, a dor da tortura, a dor de cada massacre e de cada horror.
* Depois de ver o filme Hoje, de Tata Amaral, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.