24.9.11

A dona da cena

Por estas bandas, a chuva não pode simplesmente cair, tem que estrear. Com a dramaticidade de uma ópera. Muda o céu, o ar, o vento, muda a energia. Não-sei-que-bicho aparece, não-sei-que-bicho anuncia. É uma cantora lírica de batom carmim, fica no camarim, só pisa no palco perfeito. O cenário, as luzes, o som. Tudo testado, passado e repassado; tudo faz crer que está na hora. Mas no palco ela não pisa. A água já está na boca, o público agoniza. E ela não pisa.

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